O eleitor pede honestidade, mas muitas vezes não gosta de ouvir a opinião do político quando não comungam da mesma verdade.
Candidata a prefeita, Anabel Lorenzi (PSB) postou sua contrariedade ao impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) e foi alvo de críticas em sua rede social.
– Assim você vai se queimar na eleição – foi uma delas, sintomática.
Mas, não seria mais saudável uma relação onde os eleitores soubessem o que pensam os políticos, para além dos movimentos calculados apenas em votos, acovardados pelo senso de preservação e maquiados por marquetagens ao estilo ‘meu partido é o planeta Terra’?
Nem falemos aqui em promessas, mentiras e estelionatos eleitorais.
De falta de honestidade intelectual Anabel não pode ser acusada. Firmou sua posição mesmo estando num PSB que nacionalmente apoia o impeachment, com o voto e o aplauso de seus outros dois maiores líderes regionais, José Stédile e Miki Breier.
E, corajosa, Anabel abriu o perfil às críticas quando lembrou em sua postagem que em 2011 votou a favor da cassação da prefeita de Gravataí Rita Sanco (PT) – também ‘pedalada’ sem ser ré em nenhuma ação e muito menos acusada de corrupção.
Por óbvio, Anabel sabe que o que posta nas redes sociais repercute e, notória candidata, até sua previsão do tempo fica sujeita a raios e trovoadas. Assim, do lado em que se colocou, fica diametralmente oposta ao prefeito Marco Alba (PMDB), que é ligado a Eliseu Padilha, agora ‘primeiro ministro’ de Michel Temer. Mas se credencia a fiel depositária do espólio dos votos mais à esquerda no caso de uma nova tragédia na candidatura de Daniel Bordignon.
Ou mesmo sem tragédia nenhuma.
: A postagem de Anabel Lorenzi que provocou polêmica no Face
