As Olimpíadas do Rio vêm aí. Mas ainda não vai ser nesses jogos olímpicos que um desportista das ruas vai chegar ao pódio por ser um campeão no parkour. Embora o parkour já seja uma atividade planetária (com festivais de desafios, correrias excitantes por entre obstáculos naturais ou artificiais e shows de adrenalina ao ar livre), claro que falta muito para os estádios lotarem para torcer e aplaudir os ases do percurso, a arte do deslocamento. Ou como consta na Wikipédia: mover-se de um ponto para o outro com rapidez e eficácia, usando todas as capacidades motrizes do corpo humano.
Para assistir uma eletrizante compilação recente com os craques do parkour pelo mundo afora, de quase 8 minutos, clique no vídeo.
O interessante é que, ao contrário de tudo que ocorre nas Olimpíadas, o parkour não chega a ser uma competição. Se explica: os praticantes atuam em grupos e todos que participam são solidários diante dos riscos. Eles se admiram e não disputam entre si, querem vencer é as paredes e paredões, as escadas e corrimões, planos inclinados e colunas atravessadas. O que vier eles pulam, saltam, escalam: o importante é a superação contínua, a velocidade quase como uma urgência. Claro, a corrida exige autocontrole, agilidade, destreza, força, raciocínio rápido e observação.Tudo que um traceur ou uma traceuse já traz do berço. Em troca, ajuda a desenvolver resistência, coordenação motora, equilíbrio, concentração, força de vontade, determinação e coragem.
Para curtir a longa sequência inicial de Cassino Royale, onde até James Bond se aventura num parkour extremo (todo parkour é sempre muito perigoso), clique no vídeo.
O melhor do parkour é que os”equipamentos” são grátis: estão ao nosso redor, no cenário urbano ou no meio rural, em toda parte se encontram obstáculos que estimulam roteiros desafiantes. Outro lado bom do parkour: ninguém precisa gastar com uniforme. Basta o que você provavelmente já tem em casa: calça moleton, camiseta leve e tênis tipo cross country com sola aderente (para os iniciantes recomendam com bom amortecimento). Para as cidades que não oferecem tantos espaços esportivos, o parkour é uma opção. Pode ser até forma de inclusão social: quem mostra talento vira astro no YouTube ou cinema. Quem sabe nas Olimpíadas.
Para conhecer a origem, a técnica, os movimentos básicos e também a cultura em torno do parkour, acesse a Wikipédia.