3° Neurônio | esporte

Invictus Games: a vitória paralímpica de quem já perdeu batalhas

: Invictus Games in Orlando, ciclismo para cadeirantes | Foto ALEXANDRE MENENDEZ | Getty Images

 

Se as guerras mundiais e internacionais fossem decididas em provas esportivas em espaços pacíficos como campos, quadras, pistas, canchas e piscinas, a história da geopolítica seria outra. Mas combates esportivos são impotentes para tamanha transformação da sociedade. Tudo que as competições podem dar à humanidade são  alegrias e emoções por vitórias em disputas, campeonatos, olimpíadas e, o mais severo de todos os enfrentamentos atléticos, as paralimpíadas.

 

: Invictus Games in Orlando, Dave Henson vence 200m | Foto CARLO ALEGRI | Getty Images
 

Enquanto as olimpíadas exigem dos atletas esforço pessoal para vencer barreiras de tempo ou avançar no perfeccionismo da performance, as paralimpíadas são um descomunal desafio às incapacidades humanas. No fim, as paralimpíadas são a única oportunidade real de pessoas em desvantagem física se igualarem às normais através de feitos extraordinários. Talvez a mais justa forma de inclusão social num mundo cada vez mais competitivo – dentro e fora do esporte.

 

: Invictus Games in Orlando, vôlei entre cadeirantes de Inglaterra e Canadá | Foto CARLO ALEGRI | Reuters

Entre as paralimpíadas do calendário mundial, a principal é a que acompanha as Olimpíadas, de 4 em 4 anos. Realizadas logo após, premiam o desempenho dos melhores atletas limitados do mundo. E para preencher esse largo intervalo, de tempos em tempos outros eventos ocorrem planeta a fora. Foi o caso agora, de 8 a 12 de maio, em Orlando, EUA, dos Invictos Games. É uma paralimpíada diferenciada:  todos os atletas são militares, de veteranos afastados ao pessoal ainda na ativa.

 

: Invictus Games in Orlando, vitória de Michael Yule ao levantar peso | Foto CARLO ALEGRI | Reuters

 

Ao todo, 10 modalidades: tiro com arco, ciclismo, remo indoor, voleibol sentado, natação, atletismo, levantamento de peso, basquete de cadeira de rodas, rúgbi de cadeira de rodas e tênis de cadeira de rodas.  Antes de tentar novas marcas nas provas, 500 atletas (15 países participantes) já trazem no corpo marcas de batalhas: feridas e mutilações, doenças e lesões, sofrimentos visíveis e invisíveis. Pelotões de homens e mulheres que agora lutam pela recuperação e superação máximas.

 

: Invictus Games in Orlando, 3 medalhistas na cerimônia  | Foto CARLO ALLEGRI | Reuters

 

Criado em 2014 pelo Príncipe Harry, como parte da campanha da Grã-Bretanha para amenizar traumas de guerra de feridos em serviço, os Invictus Games vieram para ficar. A premissa é que o poder do esporte pode ajudar física, psicológica e socialmente. Pela motivação e reabilitação dos soldados nas paralimpíadas se vê o quanto o esporte inspira e gratifica. Durante e após as paralimpíadas, passam a ser reconhecidos por suas conquistas, não mais por compaixão.

 

 

Embora os Invictus Games produzam espetáculo admirável, nem os méritos nem a fachada do patrocínio Real atenuam os dramas de tantas vidas em sacrifício. Por trás do espírito esportivo e da confraternização entre nações, ressoam tragédias em zonas de conflitos militares. Por ironia, daqui em diante os Invictus Games terão a parceria do Instituto George W. Bush, o maior fornecedor de atletas paralímpicos.  Enfim, para esses militares, a vida e a luta continuam. Suas armas agora são a vontade férrea e o empenho extremo. Felizmente, só há suor derramado.

 

: Para assistir ao clip oficial de abertura dos Invictus Games, acesse Vimeo ou clique na imagem acima

 

Para conferir 21 poderosas fotos nos jogos paraolímpicos Invictus Games em Orlando, EUA, acesse no jornal americano Boston Globe a seção Big PicturesPara saber informações sobre os eventos das paralimpíadas Invictus Games 2016, acesse o site oficial.

 

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade