Líder no ranking da vacinação contra a covid entre as 10 maiores cidades gaúchas, Gravataí inicia na tarde desta segunda-feira a aplicação da terceira dose em idosos residentes nas ILPIs, as instituições de longa permanência de idosos.
Conforme o secretário da Saúde Régis Fonseca a Prefeitura já temk 714 doses disponíveis de Pfizer e segue definição de público-alvo da CIB/RS, a Comissão Intergestores Bipartite.
Conforme calendário do Ministério da Saúde, a prioridade é para idosos com mais de 70 anos e pessoas com baixa imunidade, o chamado grupo dos imunossuprimidos, que inclui por exemplo, pessoas com câncer, pessoas vivendo com HIV, transplantados e outros com o sistema imune fragilizado, o que deixa o paciente mais suscetíveis a infecções.
As vacinas usadas na dose de reforço são preferencialmente Pfizer, mas também é estudado uso de AstraZeneca e Janssen.
O reforço vale para quem tomou qualquer vacina usada na campanha de vacinação.
A indicação de terceira dose é para os idosos que completaram o esquema vacinal há mais de seis meses. No caso dos imunossuprimidos, eles devem esperar 28 dias após a segunda dose.
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Sigo.
Não se trata de achar problema em solução, mas o avanço da terceira dose para além dos idosos acima de 70 anos e dos imunossuprimidos coloca o mundo frente a um dilema moral.
A cientista que liderou a criação do imunizante de Oxford contra covid disse ao G1 que vacinar todas as pessoas com doses de reforço é desnecessário.
A professora Sarah Gilbert entende que alguns grupos vulneráveis de pessoas precisam de reforços, mas que na maioria dos casos a imunidade está "durando bastante".
Ela também fez um apelo para que as doses sejam enviadas para países necessitados.
O Brasil chega a setembro em 66º lugar no ranking global de aplicação de doses da vacina contra covid, na relação a cada 100 habitantes.
Entre os países que compõem o G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, o país está em 12º.
Segundo os dados atualizados pela Agência CNN, o Brasil aparece com 84,07 doses aplicadas a cada 100 habitantes.
O Canadá ultrapassou o Reino Unido e segue na liderança da lista, com 138,78 doses na relação a cada 100 pessoas. A China tem 135,27. Os Estados Unidos estão em sétimo lugar, com 108,44.
Um dos piores do mundo e com pouco acesso a vacinas, o Haiti, por exemplo, tem 0.4 vacinados a cada 100.
Ao fim, não é uma escolha ao alcance do Régis, ou do prefeito Luiz Zaffalon, aos quais reforço os parabéns pela eficácia na vacinação, mas serve para refletirmos sobre as desigualdades do mundo.
Lembra-me uma frase de Dom Pedro Casaldáliga, autor da célebre “na dúvida fique ao lado dos pobres”:
– Só vivendo a noite escura dos pobres, é possível viver o Dia de Deus. As estrelas só se veem de noite.
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