das missões

Cruz Missioneira resgata a importância dos guaranis na formação de Gravataí

Além da Cruz Missioneira que será inaugurada nesta sexta pelo prefeito Marco Alba (foto), estão sendo lançados um documentário e uma revista contando a saga dos indígenas que vieram da região das Missões. FOTO | Divulgação/PMG

 

Na semana em que Gravataí comemora 256 anos (1763 – 2019) dos primeiros registros históricos de povoamento, a Prefeitura instala uma Cruz Missioneira – também conhecida como Cruz de Caravaca ou Cruz de Lorena – às 10h30min desta sexta-feira (12/4) na rótula de acesso à RS-118, na Avenida Centenário

O objetivo é resgatar e valorizar a presença dos índios guaranis, vindos dos Sete Povos das Missões, na formação do município. Também estão sendo lançados uma revista ilustrada e um documentário contando a saga do povo guarani em seu deslocamento das Missões e a instalação na Nossa Senhora da Aldeia dos Anjos.

— Com isso estamos resgatando e reafirmando um aspecto fundamental da origem da nossa cidade que é a presença do índio guarani, o índio missioneiro, na formação do povoado da Aldeia da Nossa Senhora dos Anjos, em 1763, e que em 1880 com a emancipação política e administrativa passaria a ser o município de Gravataí — disse o prefeito Marco Alba (MDB).

— Nosso Estado traz a marca do trabalho e fé do povo missioneiro, e Gravataí tem esse legado que é o mesmo que estabeleceu a matriz social do povo rio-grandense. A partir de agora, mais do que nunca, estamos irmanados com os Sete Povos das Missões — ressaltou Alba.

 

Ferreiro Vega

 

A Cruz Missioneira de Gravataí é obra do artista Hermes José Vega Costa, o Ferreiro Veja. É confeccionada em ferro e tem cerca de quatro metros de altura. É a cruz de dois braços, trazida para o Rio Grande do Sul pelos padres jesuítas em 1626 durante a colonização do Brasil.

O que diferenciava a Cruz de Jesus Cristo das outras é o segundo braço, pequeno, que representa a placa onde havia sido escrito INRI (que em Latim quer dizer Jesus Nazareno Rei dos Judeus).

— Depois de ter minhas obras na novela ‘Deus Salve o Rei’, da Rede Globo, veio o desafio de criar a ferro e fogo a Cruz Missioneira para se eternizar como um monumento à vinda de índios missioneiros para esta comarca. Foram dias de trabalho intenso com batidas de martelo e junto uma emoção muito gratificante por ficar presente na história da Arte — comentou Vega.

 

LEIA TAMBÉM:

O ferreiro global de Gravataí

 

Revista e documentário

 

“Gravataí Missioneira – Origens” é o título da revista e videodocumentário produzidos pela Prefeitura e que serão lançados também nesta sexta-feira, dia 12. Além do Ferreiro Vega e do prefeito Marco Alba, profissionais renomados em suas áreas participaram da elaboração do material.

Como Fábio Kuhn, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) com graduação (1992) e mestrado (1996) em História – também pela Ufrgs – e experiência na área de História Social, com ênfase em História do Brasil colonial.

Ele tem atuação destaca, principalmente, em temas como a história do Rio Grande do Sul setecentista, Colônia do Sacramento, fronteira, estratégias familiares, elites locais, administração colonial, contrabando de escravos e redes mercantis.

Como historiador, Fábio Kuhn saudou a relevância da iniciativa, especialmente pelo destaque conferido ao grande aldeamento indígena na história inicial do Rio Grande do Sul.

— O resgate do passado indígena de Gravataí é um dos grandes méritos do projeto. A reconstituição da história da Aldeia dos Anjos permite constatar a importância dos guaranis missioneiros na formação original da cidade — afirmou.

 

Roteirista

 

Autor de romances publicados em 10 idiomas, com incursões também no universo dos quadrinhos, além de diretor de cinema, Tabajara Ruas é o roteirista do documentário “Gravataí Missioneira – Origens”.

— Fiquei muito honrado com o convite, pois tratar da memória é sempre saudável para indivíduos e instituições. A comunidade de Gravataí está ganhou instrumentos úteis e eficazes para fortalecer o orgulho e a autoestima. Particularmente, fiquei feliz de voltar a trabalhar com Beto Souza, meu parceiro no épico 'Netto Perde sua Alma'. E conhecer um artista talentoso, Jader Corrêa, autor das belas ilustrações do documentário e da revista — disse.

 

O diretor

 

Beto Souza é jornalista e cineasta, e estreou na direção de longa-metragem com o filme “Netto Perde sua Alma (2001)”, drama histórico ambientado nos pampas gaúchos no século XIX, realizado em codireção com seu conterrâneo Tabajara Ruas.

Convidado para dirigir o documentário “Gravataí Missioneira – Origens”, Beto diz que  a experiência missioneira dos Guaranis com os Jesuítas espanhóis e depois a sua miscigenação com portugueses, que vieram fixar a fronteira sul, dá ao Rio Grande uma formação social única no Brasil.

— Ao perceber esta história, o município dá um legítimo passo ao apoderar-se desta cruz, eternizando-a como um monumento simbólico. Fico feliz e agradecido por poder contar e deixar às futuras gerações essa grande narrativa, desde a diáspora guaranítica no século XVIII até a moderna e industrial Gravataí de hoje — afirma.     

 

Desenhista

 

Jader Corrêa é formado em Artes e trabalha há cerca de 27 anos com produções de charges, quadrinhos e ilustrações. Atualmente, é integrante do Dínamo Estúdio de Porto Alegre, onde desenha Sketch Cards, em diversas franquias como Marvel, DC Comics, Walking Deadpool e Game of Thrones.

Jader é o responsável pelas ilustrações da revista e documentário “Gravataí Missioneira – Origens.

— Foi muito legal participar deste projeto que permitiu me aprofundar na história do município e deste evento histórico marcante do Rio Grande do Sul que foi a diáspora das Missões — explicou o artista.

 

 

 

 

 

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade