Assembleia do sindicato dos professores de Gravataí decidiu há pouco pedir a suspensão das aulas presenciais e a manutenção do ensino remoto. Não há, ainda, exigência de uma data limite para uma resposta do governo e uma eventual deflagração de ‘greve sanitária’.
Um ofício com as pautas aprovadas na assembleia remota será entregue às 10h desta sexta-feira ao prefeito Luiz Zaffalon (MDB) e à secretária da Educação Sônia Oliveira.
– Não há segurança sanitária nos parâmetros atuais. Reivindicamos um programa de testagem, um planejamento de busca ativa de casos e calendário de vacinação da comunidade escolar – explicou ao Seguinte: Vitalina Gonçalves, presidente do SPMG, que acrescenta:
– Sempre dissemos que queríamos voltar ao trabalho presencial, mas é preciso condições sanitárias para professores e comunidade. Hoje, com aulas online, trabalhamos mais e de forma mais estressante.
O outro ponto de pauta foi a reforma da previdência municipal, proposta pelo prefeito e que também pode levar a categoria à greve, como tratei em Greve à vista em Gravataí e Cachoeirinha; Sanitária, por volta às aulas, e pelo bolso, por reforma da previdência.
– Amanhã apresentaremos nossa posição ao prefeito. Fica chato antecipar. Esperamos um bom diálogo com o novo governo – diz Vitalina.
Se a presidente optou por não informar a decisão, colegas de Vitalina que participaram da assembleia online, restrita à categoria, confirmaram ao Seguinte: que a reforma apavorou os participantes e a rejeição foi praticamente unânime à adaptação que o governo fez à Emenda Constitucional 103/2019, a reforma da previdência nacional que aumentou o tempo de contribuição e alíquotas, além de taxar aposentados.
Na tarde desta quinta, Zaffa, acompanhado da diretora-presidente do Instituto de Previdência de Gravataí (IPG), Janaína Balkey, e do secretário da Fazenda, Davi Severgnini, apresentou a minuta da reforma da previdência para os presidentes do Sindilojas, José Rosa, e da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Gravataí (Acigra), Ana Cristina Pastro Pereira, confirmando o que tinha antecipado em 90 dias de Zaffa em Gravataí: 10 coisas que o prefeito disse na Acigra.
– O déficit previdenciário é de mais de R$ 1,1 bilhão e temos que agir imediatamente, reescrevendo as regras de aposentadoria e financiamento da previdência, tornando-a sustentável, sob pena de ou vermos a inviabilização do município ou vermos o fim da previdência dos servidores em pouco tempo, já que a capacidade de financiamento pelo Poder Executivo não é infinita – disse o prefeito, acrescentando:
– Acreditamos na compreensão da sociedade, dos servidores e, especialmente, das representações políticas na Câmara de Vereadores. É neste sentido que venho me reunindo e apresentando números e medidas, pois acredito que a pauta é de interesse de todos os gravataienses.
Ao fim, após a ‘pauta-bomba da Sogil’ – que está sendo votada na Câmara neste momento, autorizando subsídio de R$ 5 milhões para o transporte público, o que permite a manutenção das tarifas congeladas em R$ 4,80 – a reforma da previdência é a próxima ‘pauta-bomba’, como já tratei em artigos como Onde foi o dinheiro do socorro federal para Gravataí; O que ’CPI do Bolsonaro’ encontraria se investigasse, Furou a bolha da COVID: Orçamento da Saúde termina em setembro; 2021 não será um ano bom, GM parada custa 1 Ponte do Parque por mês; Antecipo o remédio amargo de Zaffa, Previdência custará 30 Pontes do Parque até 2022; Marco Alba fará reforma? ou Tombo do PIB na pandemia custa a Gravataí um ano de hospital; ou 8 Pontes do Parque.
'Pauta-bomba' impopular e inevitável.
Ou, aguardemos, nem tão impopular, como já alertei ontem em Cafajestes de Gravataí e Cachoeirinha, respeitem os professores!.
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