Há grande probabilidade de ser a pessoa sentada ao seu lado no Sogil, colega de trabalho, chefe ou alguém da igreja ou da balada: é Paula von Sperling Viana, a ganhadora do milhão no Big Brother Brasil 19.
A bacharel em Direito de 28 anos é a cara de um Brasil feio, tosco, insensível e mimado que assombra como em um Walking Dead dos mal informados, ou informados do mal.
Cheia de admiradores, a ‘barbie do bem’ pelo menos deu as tintas de que considera cabelo cacheado ruim, morador de favela marginal e cota racial mamata. Assustadoras falas que estão na boca do povo.
É aquele ódio que a gente vê por aí, e não é mais nem maquiado a preto, pobre, puto e – desde as vésperas do golpeachment – com mais um ‘p’ no paredão: o ‘p’ de petista, ou petralha, conforme a lacração. E, cuja contestação, mesmo que chegue à Delegacia de Polícia, ganha a metralha de mimimi no Grande Tribunal das Redes Sociais.
Até ganhar o milhão, Paula não era a Casa Grande na conta bancária, mas personifica como ninguém aquela classe média que pedala um jipe Renegade e se acha da elite.
Elite da grana, porque elite intelectual é coisa de comunista, não?
A loira de olhos claros é Casa Grande no conservadorismo mais retrógrado, aquele que não tem nada a ver com ser canhoto, destro ou isentão, mas simplesmente com não gostar de pobre.
Depilação moral não, né?.
Mas, vamos lá, que os odientos sentem-se à mesa nesta Sexta-Feira Santa, desejem coisas ruins ou até morte de alguém, mas abstendo-se de carne. Aí, talvez, sejam arrebatado por um perdão.
Merda é ser um perdão como esse, desses nossos dias, que abençoa até torturadores que enfiavam ratos na vagina da filha ou da mãe de alguém, ditadores sanguinários e nazistas e suas câmaras de gás, e que partem de figuras tão abomináveis quanto, que restarão nos rodapés mais vergonhosos da história do Bananil.
E, vejam só como são as coisas, manda a tradição não comer carne… vermelha!